O professor do município André de Campos, 44 anos, está indignado com a forma em que o ano letivo iniciou para as filhas matriculadas na Escola Estadual Rachel Grazziotin, no bairro Fátima. As meninas, que frequentam o 5ª e o 7ª ano, relataram ao pai que as salas de aula estão superlotadas: mais de 40 alunos se espremem em salas pequenas. Segundo as meninas, não há mesas suficientes para todos os estudantes, que precisariam dividir a classe com os colegas. Alguns alunos chegariam a assistir às aulas em pé:
— Como educador, fico apavorado com o descaso do nosso governo. Que qualidade eles querem dar à educação quando não oferecem a estrutura necessária para que as nossas crianças estudem? É uma vergonha — reclama.
Representante do Conselho de Pais e Mestres da escola, Campos afirma que há salas de aulas vazias, que podem diminuir a lotação e dar mais qualidade aos alunos.
Campos não foi o único pai a denunciar o caso ao jornal. Outros familiares de alunos informaram o mesmo problema, porém, pediram que seus nomes não fossem divulgados.
Na tarde de hoje, o Pioneiro foi até a Escola Rachel Grazziotin ouvir a direção da escola, que não atendeu a reportagem. Uma funcionária explicou que a diretora Jussara Lazzarotto estava em reunião com pais de alunos e demoraria a atender. A equipe de reportagem se disponibilizou a aguardar, mas uma outra funcionária pediu que o repórter e o fotógrafo se retirassem do local.
De acordo com a coordenadora da 4º CRE, Cleudete Piccoli, nenhuma reclamação sobre a superlotação de salas de aula foi registrada junto ao setor. Segundo ela, a pasta recomenda às escolas que turmas iniciais tenham 25 alunos e nos anos finais não ultrapassem de 40.
Em agosto de 2011, o senador Humberto Costa (PT-PE) apresentou um projeto de lei no Senado que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional para assegurar que o número máximo de alunos por turma nas escolas não exceda a 25 na pré-escola e nos dois anos inicias do ensino fundamental, e 35 em anos subsequentes do fundamental e no médio. Aprovada em várias instâncias, a proposta foi encaminhada à Câmara dos Deputados e continua em tramitação.
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